O Ibovespa recuou 1,36%, na última segunda-feira (24), fechando em 125 mil pontos. No mês, acumula queda de 0,6%, mas ainda registra alta de 4,25% no ano. O dólar comercial avançou 0,43%, encerrando a sessão a R$ 5,76, reduzindo a desvalorização acumulada para 1,4% em fevereiro e 6,9% no ano.
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A queda reflete a reação do mercado às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a liberação do saque do FGTS para demitidos que optaram pelo saque-aniversário. O anúncio oficial pode ocorrer nesta terça-feira (25), mas a expectativa é que o pronunciamento do presidente foque nos programas Pé-de-Meia e Farmácia Popular. A sinalização de novas medidas populares aumentou o receio de investidores quanto à pressão inflacionária e ao equilíbrio fiscal.
Com isso, a curva de juros futuros avançou. O Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu de 14,50% para 14,63% ao ano, enquanto o contrato para janeiro de 2029 passou de 14,29% para 14,36%. Já o vencimento de janeiro de 2036 foi de 14,34% para 14,37%. As taxas mais longas indicam maior percepção de risco sobre a sustentabilidade das contas públicas.
O pessimismo se refletiu no desempenho das ações. O volume financeiro do Ibovespa foi de R$ 14,9 bilhões, abaixo da média dos últimos 12 meses, de R$ 16,3 bilhões. Entre os 87 papéis do índice, 76 fecharam em baixa, impactados também por um ambiente global menos favorável ao comércio e aos investimentos internacionais.
Com essa pressão vendedora, o Ibovespa entrou em uma zona de risco. O suporte imediato está em 124.320 pontos, um recuo de 0,8% em relação ao fechamento atual. Se rompido, o índice pode testar patamares mais baixos, como 118.400 e 112.160 pontos. Para retomar um movimento positivo, precisaria superar a resistência de 129.535 pontos.
O comportamento do mercado dependerá das próximas sinalizações do governo. Se medidas que ampliam o crédito e os programas sociais forem intensificadas, a preocupação com inflação e juros mais altos pode acelerar as vendas de ativos de risco.
Apesar da tendência de curto prazo ainda ser de alta, uma perda do suporte em 124.320 pontos pode inverter o cenário, levando o Ibovespa de volta aos 118 mil pontos e apagando os ganhos acumulados no ano.
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