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E-commerce no Brasil deve superar os R$ 224 bilhões em 2025

Até o final deste ano, o mercado mundial de e-commerce deve totalizar nada mais, nada menos que US$ 7,4 trilhões, número impressionante, consequência direta da transformação digital e da integração de tecnologias avançadas ao comportamento de consumo. A previsão é da eMarketer. No Brasil, o faturamento das lojas virtuais este ano deve superar os R$ 224 bilhões, segundo estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).


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Caso a expectativa da ABComm se confirme este ano, a evolução sobre 2024 é de 10%, com um ticket médio de R$ 515,80 e mais de 95 milhões de compradores virtuais, três milhões a mais que o ano passado. Para a Associação, o número de pedidos também vai aumentar: em 2025, o volume de pedidos deve crescer 5%, totalizando 435 milhões de compras online. A Associação afirma que o comportamento de compra dos últimos seis meses atesta, mais uma vez, que o e-commerce é o futuro do consumo.

A ABComm também revela que, conforme dados da pesquisa E-commerce Trends 2025, realizada anualmente pelo Opinion Box em parceria com a Octadesk, 56% dos consumidores compraram mais pela internet do que em lojas físicas, e que 88% compram on-line ao menos uma vez por mês. E cita os dois principais motivos para a preferência por lojas virtuais: preços mais baixos do que nas lojas físicas (59%) e a praticidade de comprar sem sair de casa (58%).

E os que lidam diretamente com e-commerce estão ainda mais otimistas, pois a mesma pesquisa também mostra que 50% dos consumidores dizem que vão aumentar frequência de compras on-line nos próximos 12 meses, e que 61% já aumentou essa periodicidade no último ano. O crescimento do e-commerce no mundo não é linear, pois dependem de forças interconectadas que moldam o cenário competitivo e estabelecem novas expectativas para consumidores e empresas.

E dentre essas forças, segundo o E-Commerce Brasil, “destacam-se quatro tendências principais: a personalização por IA generativa, a sustentabilidade como eixo estratégico, a expansão do retail media como canal de monetização e o live shopping como formato emergente de engajamento e conversão”. A constatação é que “a evolução do comércio eletrônico é impulsionada por inovações tecnológicas e mudanças no comportamento do consumidor”.

Vender on-line não é uma opção, mas uma necessidade

O empresário Cristiano Lins (foto), CEO da Prolins, ao analisar o crescimento acelerado do e-commerce, afirma que o excelente desempenho nos últimos anos foi impulsionado pela necessidade de digitalização acelerada e pela mudança no comportamento do consumidor. A pandemia apenas antecipou um movimento que já era inevitável. “Na Prolins IT Solution, acompanhamos esse avanço e ajudamos empresas a construir plataformas robustas, seguras e escaláveis. Hoje, mais do que nunca, vender online não é mais uma opção, mas uma necessidade para quem quer se manter competitivo no mercado”.

O crescimento exponencial do e-commerce – explica Cristiano Lins – pode ser explicado por três fatores principais: primeiro, a transformação digital das empresas; segundo, a maior confiança dos consumidores em compras online; e terceiro, a evolução das tecnologias que tornaram esse processo mais eficiente. O e-commerce oferece uma infinidade de benefícios, tanto para os empresários como para os consumidores.

Para o empresário, significa ampliar seu mercado, reduzir custos operacionais e utilizar inteligência artificial para personalizar a experiência de compra. Para o consumidor, a conveniência é o principal diferencial: comprar a qualquer hora, de qualquer lugar e com recomendações personalizadas. Ele frisa que o futuro do e-commerce será cada vez mais inteligente, interativo e automatizado. Empresas que investirem em IA, social commerce e live shopping terão uma vantagem competitiva enorme.

Indagado como avalia os modelos live shopping (vendas ao vivo) e o social commerce (uso de redes sociais), Lins foi taxativo: são o futuro do e-commerce. O live shopping e o social commerce trazem interatividade para as compras online, gerando engajamento e aumentando a conversão. Empresas que adotam essas estratégias conseguem criar uma conexão mais próxima com seus clientes.

O CEO da Prolins observa que as marcas e influenciadores entenderam que a melhor forma de vender é criando conexão e confiança com o público. Eles utilizam storytelling, demonstrações ao vivo e promoções exclusivas para estimular a compra. “Nós ajudamos empresas a construir plataformas que integram essas estratégias, garantindo que toda a jornada do cliente, desde o engajamento até a finalização da compra, seja fluida e eficiente”.

“As redes sociais têm um impacto direto na decisão de compra. O consumidor moderno pesquisa, lê avaliações e busca recomendações antes de tomar uma decisão. O social commerce tem explorado esse comportamento ao integrar compras diretamente às plataformas sociais. Os desafios ainda são muitos. No live shopping, manter o público engajado e garantir uma experiência fluida é um dos principais desafios. No social commerce, a segurança das transações e a integração eficiente com outras plataformas exigem tecnologia de ponta. E no e-commerce como um todo, a logística e o atendimento ao cliente continuam sendo pontos críticos.”

Cristiano Lins, CEO da Prolins

Pandemia catalisou aceleração do e-commerce

O CEO da Tudo sobre IA, Miguel Andrade (foto), reconhece que o e-commerce realmente tem crescido em todo o mundo e que, no Brasil, o setor experimentou uma elevação exponencial nos últimos anos, especialmente após a pandemia de Covid-19. Em 2023, o setor movimentou mais de R$ 185 bilhões, com um aumento de mais de 20% em relação ao ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado pela maior conectividade da população, a popularização de smartphones e a adoção de métodos de pagamento facilitados, como o PIX e o parcelamento sem juros.

Ele ressalta que a pandemia foi um catalisador para a aceleração do e-commerce. Com o distanciamento social, consumidores que antes não utilizavam canais online migraram para as compras digitais. Além disso, fatores contribuíram para o crescimento, como expansão da infraestrutura digital: aumento da penetração da internet e do uso de dispositivos imóveis; inovação em pagamentos: métodos como PIX e cartões de crédito parcelados tornaram as compras mais acessíveis; e investimento em logística: entregas rápidas e eficientes aumentaram a confiança dos consumidores.

Sobre as novas tendências, Miguel Andrade diz que na live shopping são transmissões ao vivo, onde produtos são apresentados em tempo real, o que têm ganhado popularidade no Brasil. Plataformas como Instagram, TikTok e YouTube permitem que marcas e influenciadores interajam diretamente com o público, criando um senso de urgência e engajamento. Já no social commerce, o uso de redes sociais para vendas diretas está revolucionando o comércio online. Ferramentas como shoppable posts (publicações que permitem compras diretamente na plataforma) e integração com marketplaces facilitam a jornada do consumidor.

Ele entende que os desafios e limitações dos novos modelos são concorrência acirrada, uma vez que a popularização do live shopping e do social commerce aumenta a competição por atenção; qualidade do conteúdo: transmissões ao vivo e posts patrocinados precisam ser autênticos e bem produzidos para engajar; infraestrutura tecnológica: plataformas precisam suportar grandes volumes de tráfego e transações simultâneas; e regulamentação: a falta de normas claras para vendas online e parcerias com influenciadores pode gerar conflitos.

Sobre como a inteligência artificial (IA) está transformando o e-commerce, Andrade diz que de várias formas, como na personalização (algoritmos recomendam produtos com base no histórico de compras e comportamento do usuário); atendimento ao cliente (chatbots e assistentes virtuais oferecem suporte 24h por dia, sete dias por semana); análise de dados (ferramentas de IA ajudam a prever tendências e otimizar campanhas de marketing), e automação (desde gestão de estoques até logística, a IA aumenta a eficiência operacional).

“O e-commerce no Brasil está em constante evolução, com novos modelos como live shopping e social commerce redefinindo as regras do jogo. Para se destacar nesse cenário, empresas precisam investir em tecnologia, criar experiências memoráveis e entender as nuances do comportamento do consumidor. A inteligência artificial e as redes sociais serão pilares fundamentais nessa jornada, mas o sucesso dependerá da capacidade de inovar e se adaptar às mudanças.”

Miguel Andrade, CEO da Tudo sobre IA

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