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Investimentos em data centers crescem no Ceará, no Brasil e no mundo

Os investimentos em data centers no Brasil têm aumentado e essa é a tendência para os próximos anos. O motivo? A crescente demanda por processamentos de dados, consequência do mundo cada vez mais tecnológico.


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Este ano, os investimentos em data centers no Brasil devem atingir US$ 400 milhões e chegar a US$ 1,5 bilhão em 2026, saltando para US$ 2 bilhões em 2027, segundo estimativa da Consultoria JLL. Um ponto positivo é a posição estratégica do Ceará, que tem atraído investimentos em data centers.

A Tecto Data Centers, que já possui dois centros no Ceará, vai inaugurar mais um até o final deste ano, com investimento previsto de R$ 550 milhões. Além disso, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), no final do mês passado, anunciou que o estado deve receber mais novo empreendimento: um data center da Casa dos Ventos, com investimento estimado em R$ 55 bilhões.

Diversos fatores contribuem para o crescimento acelerado por datas centers, como a digitalização da economia (faz crescer a demanda por processamento de dados); a oferta ampla de energia limpa (renovável); a posição favorável do Brasil, inclusive de Fortaleza; e a experiência dos profissionais e do ambiente de negócios. A JLL garante que os principais destinos dos investimentos são para Campinas e Barueri (São Paulo); Rio de Janeiro; Brasília; Porto Alegre (RS) e Fortaleza.

Data Centers em números

De acordo com a TIinside, no Brasil existem mais de 180 data centers e o país representa 50% dos investimentos do setor na América Latina, com a perspectiva de chegar a um aporte total de US$ 2,07 bilhões em 2024 (previsão do final do ano passado) e crescimento de US$ 3,50 bilhões até 2029. No entanto, mesmo com números importantes para a região, o segmento precisa de mais investimentos para continuar suportando a demanda tecnológica regional.

A TIinside observa que os Estados Unidos, por exemplo, têm mais de 5,3 mil data centers – 70% mais que os 10 maiores mercados combinados. A América do Norte é ainda responsável pelo consumo de 44% de MW de TI, termo que define a mensuração do consumo de energia de um data center refletindo-se na quantidade de dados que ele é capaz de processar. Ásia e Pacífico são responsáveis por 30% do consumo global, enquanto Europa, o Oriente Médio e África consomem 24%, seguido de 2% da América Latina.

Para a Brasscom, a política industrial tem papel fundamental para acelerar a atração de data centers no país. A América Latina conta hoje com 100 mil empregos diretos gerados no setor de data center, sendo 40 mil no Brasil. Estima-se que cada emprego direto no setor seja capaz de gerar seis vagas indiretas em indústrias que viabilizam esse segmento.

Negócios de data centers em expansão no Brasil

No final do ano passado, a AWS, unidade de serviços de nuvem da Amazon, anunciou que vai investir R$ 10,1 bilhões até 2034 para expandir, construir, conectar, operar e manter data centers no Brasil.

Segundo a empresa, esse montante se soma ao investimento de R$ 19,2 bilhões realizado entre 2011 e 2023, anunciado anteriormente pela AWS no Brasil. A infraestrutura local da AWS no Brasil também inclui pontos de presença em Fortaleza e Rio de Janeiro, bem como caches regionais de borda em São Paulo.

O Brasil deve ganhar mais 220 MW em data centers, segundo informação divulgada pelo Neofeed, que publicou com exclusividade uma nova pesquisa lançada pela consultoria imobiliária CBRE. De acordo com a empresa, a América Latina já iniciou 2025 com 877 MW de estoque total (7,7%). Atualmente, o Brasil é responsável por 83% dos data centers da América Latina.

A empresa de investimentos Stock Farm Road pretende construir um dos maiores data centers de IA do mundo. Para tanto, já manteve reunião com o governo provincial de Jeollanam-Do, da Coréia do Sul, para a construção de um data center que oferecerá até três gigawatts de poder. Isso é quase três vezes mais que a capacidade planejada de um complexo de data center que a OpenAi e o Softbank Group estão construindo como parte de seu projeto Stargate, nos Estados Unidos. O projeto na Coréia deve ser concluído em 2028 e o investimento previsto é de US$ 35 bilhões.

Digitalização das empresas impulsiona crescimento

O CEO da Prolins, Cristiano Lins (foto), afirma que o crescimento dos data centers no Brasil é impulsionado principalmente pela digitalização acelerada das empresas, o avanço da computação em nuvem e a necessidade crescente de armazenamento e processamento de dados. Com o aumento do uso de serviços digitais, a demanda por infraestrutura tecnológica confiável e escalável se tornou uma prioridade para diversas indústrias, desde o setor financeiro até o varejo e o setor público.

O Brasil – explica – se consolidou como um dos principais mercados de data center da América Latina por conta de sua posição estratégica, do tamanho da sua economia e da expansão da conectividade. A chegada de grandes provedores globais e o desenvolvimento de hubs tecnológicos em regiões como São Paulo e Fortaleza ampliaram a infraestrutura disponível, tornando o país um polo atrativo para investimentos internacionais no setor.

Apesar da elevação dos números de data centers no Brasil, o setor enfrenta desafios importantes, como a alta carga tributária, os custos elevados de energia e a necessidade de investimentos contínuos em segurança cibernética. Além disso, a regulamentação ainda apresenta barreiras burocráticas que podem dificultar a expansão e operação das empresas. Superar esses desafios exige inovação, planejamento estratégico e, principalmente, políticas públicas que incentivem o crescimento sustentável da infraestrutura digital.

“A regulamentação para data centers no Brasil tem evoluído, especialmente no que diz respeito à segurança de dados e ao consumo energético. As exigências ambientais estão cada vez mais rígidas, o que leva as empresas a investirem em eficiência energética e no uso de fontes renováveis para reduzir a pegada de carbono. A adoção de práticas sustentáveis não é apenas uma necessidade regulatória, mas também um diferencial competitivo no mercado.”

Cristiano Lins, CEO da Prolins

Sobre o futuro da infraestrutura de data centers no Brasil e tendências tecnológicas, Cristiano Lins entende que será marcado pela descentralização da infraestrutura, com a expansão dos edges data centers para reduzir a latência e otimizar a entrega de serviços. Além disso, a automação baseada em inteligência artificial e a adoção de tecnologias como refrigeração líquida e energia renovável serão fundamentais para aumentar a eficiência operacional e a sustentabilidade do setor.

Os principais investidores em data centers no Brasil – informa – são as grandes empresas internacionais, como Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure, Google Cloud e Equinix, que têm liderado os investimentos, ampliando suas operações no país para atender à crescente demanda. Além delas, há um movimento de provedores locais e operadoras de telecomunicações que também estão expandindo suas infraestruturas para suportar esse crescimento.

O Ceará tem um futuro promissor, pois tem uma posição estratégica fundamental no setor de telecomunicações, especialmente devido ao grande número de cabos submarinos que chegam a Fortaleza, conectando o Brasil a outros continentes. Isso tem atraído investimentos em infraestrutura digital e data centers na região, tornando o estado um dos principais hubs de conectividade do país. A tendência é que esse crescimento continue, impulsionado pela demanda por maior capacidade de armazenamento e processamento de dados na região Nordeste.

“Os investimentos em data centers geram impactos diretos e indiretos na economia brasileira. Além da criação de empregos altamente qualificados, há um efeito positivo em setores como telecomunicações, energia e serviços digitais. Esses investimentos também fortalecem o ecossistema tecnológico do país, aumentando sua competitividade global e atraindo novos negócios e startups para um ambiente digital cada vez mais robusto.”

Cristiano Lins, CEO da Prolins

Novo data center da Tecto em Fortaleza entra em operação ainda este ano

A Tecto Data Centers, fundada em outubro de 2024, após a separação dos negócios da V.tal, tem plano de investimento inicial de US$ 1 bilhão em novos data centers no Brasil nos próximos anos. Atualmente, a empresa possui cinco data centers em operação no Brasil e na Colômbia, sendo dois em Fortaleza, um no Rio de Janeiro e dois em Barranquilla, na Colômbia, segundo sua Assessoria de Imprensa.

As capacidades de cada um dos data centers, são: Parque Data Centers em Fortaleza (Big Lobster + Fortaleza CLS Cable Landing Station) – potência de 6MW, área total de 5.400m²; Rio de Janeiro (CLS) – potência de 500KW, área de 1600m²; Parque Data Centers em Barranquilla (BDC1 e BDC2) – potência total superior a 4 MW, área de 9 mil m².

Foto: Assessoria de Imprensa da Tecto

No Brasil, estão em funcionamento os data centers do Rio CSL, no Rio de Janeiro, e em Fortaleza o Big Lobster e o Fortaleza CSL, além do BDC1 e BDC2 em Barranquilla, na Colômbia. Em construção a empresa tem o Mega Lobster, data center de alta escala na capital cearense, e o hyperscale Santana de Parnaíba, que deve iniciar as obras em breve.

Em Fortaleza, o Big Lobster e o Fortaleza CSL, já em operação, receberam investimentos de mais de R$ 200 milhões. Além desses, a construção do Mega Lobster, data center de larga escala e alta densidade da Tecto em Fortaleza (CE), está em ritmo acelerado. A obra já alcançou etapas importantes, como a conclusão de 100% das sapatas da fundação e execução de boa parte das estruturas pré-moldadas. Com investimento de R$ 550 milhões, o novo data center entrará em operação no segundo semestre de 2025.

O Mega Lobster tem previsão de gerar mais de 450 empregos durante as fases de construção e operação, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região.

“A empresa tem plano de investimentos de US$ 1 bilhão, que contempla a compra de terrenos e construção de novos data centers edge e hysperscales, tanto nos grandes centros, onde hoje já existem data centers hysperscale, como em cidades estratégicas onde a empresa acredita que o crescimento do mercado e de tecnologias, como AI, 5G, AR etc, vão demandar alta capacidade de processamento de dados atrelada à qualidade na transmissão de informações, velocidade e baixíssima latência”, afirma a Assessoria de Imprensa da Tecto.

O desafio da empresa é expandir o seu parque de data centers de modo a atender as demandas de provedores de nuvem e conteúdo, hyperscalers, operadoras de telecom e governo por armazenamento de grande volume de dados de missão crítica e computação, além de permitir o atendimento de pontos de troca de conteúdo privado e público. O plano de investimentos contempla a construção de novos empreendimentos em todas as regiões do Brasil. A visão da companhia envolve uma estratégia de ecossistema neutro, completo e integrado de data centers da Tecto e conectividade nacional e internacional da V.tal.

Sobre aimportância do novo data center que está sendo construído no Ceará, a empresa diz que “a construção do Mega Lobster está em ritmo acelerado. Ele será um marco tecnológico e ambiental, com capacidade instalada de 20 megawatts e operação ininterrupta. Além disso, terá circuito fechado de água e o uso de energia 100% renovável”.

Projetado para incluir 10 data halls, o novo empreendimento, localizado na Praia do Futuro, estará conectado aos outros data centers da empresa e à rede de fibra óptica de alta capilaridade da V.tal, integrando um ecossistema de conectividade nacional e internacional. O Mega Lobster será o terceiro empreendimento da Tecto em Fortaleza e oferecerá para as operadoras e provedores de conteúdo e nuvem soluções completas para acessar o PIX Central (Ponto de Troca de Internet) do Ceará, que registra o segundo maior volume de tráfego de internet no Brasil.

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