Em meio a incertezas globais, investidores brasileiros estão intensificando a dolarização de seus portfólios. O fortalecimento do dólar frente ao real e a volatilidade da taxa de câmbio têm levado mais pessoas a buscarem ativos internacionais como forma de proteção patrimonial.
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De acordo com dados da iHUB Investimentos, de janeiro a fevereiro de 2025, os aportes em ativos internacionais cresceram 300%, comparado ao mesmo período do ano anterior, impulsionado por três fatores: volatilidade econômica local, que eleva a busca por proteção cambial; oportunidades globais, com investidores priorizando mercados mais estáveis e rentáveis; e maior acesso a produtos internacionais via plataformas.
Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, afirma que este movimento reflete não apenas uma intenção de proteção, como também uma estratégia de retorno a longo prazo. “A dolarização é mais do que uma proteção cambial; trata-se de uma estratégia de longo prazo que permite ao investidor acessar mercados globais, reduzir os riscos da concentração local e buscar potencial de crescimento através de ativos internacionais”, afirma Cunha.
Oportunidades no cenário atual
Com o dólar valorizado devido a políticas restritivas do Federal Reserve (Fed) e o robusto crescimento da economia americana, os ativos atrelados à moeda têm se tornado cada vez mais atrativos. A combinação entre juros altos nos EUA e incertezas do cenário global reforça a trajetória de busca por proteção cambial e retorno em moeda forte.
“Em momentos de volatilidade do real, investir em ativos dolarizados garante ao investidor uma menor exposição a riscos cambiais, além de acesso a mercados diversificados e sólidos. No entanto, é essencial que o ingresso seja feito com planejamento e alinhado aos objetivos financeiros”, alerta Paulo.
Riscos e vantagens da dolarização
Além de proteger seu patrimônio contra a desvalorização do real, investir no exterior permite ampliar as possibilidades de diversificação em setores inovadores e empresas líderes mundiais, como Nvidia (NVDA), Microsoft (MSFT), Apple (AAPL), Meta (META), UnitedHealth Group (UNH), dentre outras.
Outro benefício é a exposição a outros ativos como títulos de renda fixa global, que podem impulsionar os retornos a longo prazo.
Por outro lado, os riscos devem ser analisados com cautela:
- Oscilações cambiais: Movimentos de curto prazo do dólar podem impactar diretamente os rendimentos;
- Tributação internacional: Demandam atenção para evitar perdas fiscais desnecessárias;
- Concentração excessiva: Evitar alocar mais do que o perfil e objetivos exigem.
“A dolarização é uma estratégia eficiente, mas precisa ser balanceada dentro do portfólio do investidor. A atenção deve ser redobrada quanto aos riscos. Eles podem comprometer diretamente o desempenho dos ativos”, aconselha o CEO da iHUB.
Dolarização como estratégia indispensável
O mercado oferece opções acessíveis para investir no exterior. O Tesouro dos EUA permite compras a partir de US$ 30 a US$ 40. Fundos de investimento internacionais (mutual funds) também são uma alternativa interessante, mas geralmente exigem aportes a partir de US$ 1.000. Para quem tem valores menores, uma estratégia viável é acumular capital até atingir esse montante ou buscar BDRs e ETFs disponíveis no Brasil.
“O cenário brasileiro de incerteza requer alternativas sólidas e bem planejadas. A dolarização não apenas preserva patrimônio como amplia as possibilidades de retorno por meio de mercados mais resilientes. É uma prática que, em qualquer perfil de investidor, merece atenção e estudo cuidadoso para maximizar seus benefícios”, finaliza Paulo Cunha.
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