O mercado de energia renovável no Brasil tem acelerado a adoção de certificados I-REC (International Renewable Energy Certificate), mecanismo que comprova a origem renovável da eletricidade consumida. O país já é o segundo maior emissor global desse selo, atrás apenas da China. Em uma década, o número de certificações no mundo saltou de 244, em 2014, para quase 50 milhões em 2024.
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Com isso, a certificação I-REC tem se consolidado como uma ferramenta essencial para empresas que buscam reduzir emissões e garantir transparência na matriz energética. O selo comprova a origem renovável da eletricidade e permite a compensação das emissões de escopo 2, conforme diretrizes internacionais como o GHG Protocol.
Para Tarcísio Lopes, coordenador de gestão de clientes da Kroma Energia, a busca pelo I-REC reflete um amadurecimento do mercado e uma nova postura das empresas diante das mudanças climáticas.
“Até pouco tempo atrás, a certificação de energia renovável era vista como algo acessório, um diferencial de imagem. Hoje, já é um critério essencial para muitas companhias, seja por questão regulatória ou por exigências de investidores e consumidores. Estamos vendo um movimento de empresas que querem não apenas consumir energia limpa, mas também ter a rastreabilidade e comprovação documental desse consumo”, explica.
Cada certificado I-REC equivale a 1 megawatt-hora de energia renovável gerada. Assim que é adquirido por uma empresa, ele é aposentado do sistema, evitando duplicidades e garantindo a credibilidade do processo. No Brasil, a emissão dos certificados é auditada pelo Instituto Totum, que valida a origem e a integridade das informações. O reconhecimento internacional do selo também permite que empresas que operam globalmente unifiquem suas políticas de sustentabilidade, sem precisar recorrer a diferentes mecanismos de comprovação em cada país onde atuam.
I-REC reflete a necessidade da matriz brasileira
O avanço do Brasil na emissão de I-RECs reflete o crescimento da matriz renovável no país e a maior conscientização das empresas em relação à transição energética. “Esse é um caminho sem volta. A pressão por mais transparência e compromissos concretos em relação ao meio ambiente está crescendo, e as empresas que se antecipam e estruturam suas estratégias agora saem na frente. O I-REC é uma ferramenta acessível e consolidada para isso”, conclui Lopes.
Diante de um cenário onde consumidores e investidores estão cada vez mais atentos às práticas ambientais das empresas, o uso de energia limpa e comprovadamente rastreável ganha relevância estratégica e deve se tornar um dos pilares da gestão sustentável nos próximos anos.
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