A medida da China é uma resposta direta à decisão do presidente Donald Trump de aumentar os impostos sobre produtos chineses para 145%. (Foto: EPA/XINHUA/Ju Peng)
A China elevou para 125% as tarifas sobre importações dos Estados Unidos (EUA) nesta sexta-feira (11). A medida é uma resposta direta à decisão do presidente Donald Trump de aumentar os impostos sobre produtos chineses para 145%, aprofundando a disputa que ameaça redes globais de fornecimento.
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Em comunicado oficial, o Ministério das Finanças da China classificou as tarifas dos EUA como violação grave das normas de comércio internacional, alegando que a medida representa coerção econômica e afronta ao bom senso comercial.
Apesar da escalada, Donald Trump afirmou acreditar em uma resolução futura. O presidente dos EUA disse que mantém uma relação de respeito com o líder chinês, Xi Jinping, e espera um acordo benéfico para ambos os lados. Já Xi defendeu uma frente comum entre China e União Europeia contra práticas unilaterais, em declaração feita durante encontro com o premiê da Espanha.
A tensão entre as duas maiores economias do mundo causou turbulência imediata nos mercados. Ações globais caíram, o dólar recuou e o ouro atingiu máximas históricas, impulsionado pela busca por ativos seguros.
Enquanto isso, um alívio pontual gerado pela pausa de 90 dias nas tarifas de outros países perdeu força. O foco voltou-se à escalada com a China, aumentando os temores de uma recessão global iminente.
A venda de títulos do Tesouro americano se acelerou, ampliando sinais de fragilidade no principal mercado de renda fixa do mundo. O índice europeu STOXX 600 recuou mais de 1%, refletindo a instabilidade causada pela nova rodada de tarifas.
Em resposta, o governo chinês afirmou que os EUA estão se isolando economicamente e que continuará ignorando novas tarifas. A retórica sinaliza que Pequim não pretende recuar sem concessões.
Mesmo assim, o presidente Trump afirmou que espera fechar um acordo com a China. Já Scott Bessent, Secretário do Tesouro, ignorou a turbulência e destacou que 75 países demonstraram interesse em negociações com os EUA.
Os Estados Unidos anunciaram o início de tratativas comerciais com o Vietnã. O país asiático é estratégico porque serve de rota alternativa para exportações chinesas que tentam contornar tarifas americanas.
No Japão, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba criou uma força-tarefa para negociar diretamente com Washington. A visita da delegação japonesa está prevista para a próxima semana.
Apesar dos esforços diplomáticos, a volatilidade aumentou. Especialistas como Adam Hetts, da Janus Henderson, alertam que o risco de recessão é significativamente maior do que há poucas semanas.
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