Evandro Leitão relatou que devido a ‘herança’ da gestão anterior, a respectiva administração ficou impossibilitada de realizar empréstimos. (Foto: Trends)
O prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, relatou que devido a ‘herança’ da gestão anterior, a respectiva administração ficou impossibilitada de realizar empréstimos e efetivar investimentos com os respectivos recursos. De acordo com o chefe do executivo municipal, conforme a sondagem anual realizada em fevereiro acerca do grau de endividamento efetuado pelo Tesouro Nacional, através da Capacidade de Pagamento (CAPAG), o panorama da capital cearense caiu de patamar, do índice B para o C.
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“Nós temos neste ano, somente de empréstimo, de operação de crédito, nós temos R$ 1 bilhão pra pagar. E isso inviabilizou esse empréstimo, mas nós estamos trabalhando para que a nossa CAPAG, na próxima avaliação, que será feita daqui um ano, no início de 2026, relativo a 2025, ela possa voltar para B, e a gente possa fazer algumas operações de crédito que já estão em curso por sinal. Nós estamos com uma operação de crédito em curso com o Banco do Brasil, nós estamos com operação de crédito em curso com a CAF, que é uma instituição de fomento da América Latina. Nós temos algumas operações em curso, para que a gente possa a médio prazo, quem sabe, no próximo ano, estar alinhando as metas”, explicou Evandro.
A declaração foi proferida durante a entrevista exclusiva concedida para a Cenários Trends, no canal do Youtube TrendsCE, para a jornalista Carla Matos e o editor do portal de notícias Focus Poder, Fábio Campos. Na ocasião, Evandro Leitão disse que o setor mais crítico do englobamento estrutural da cidade é na área da saúde, o qual, conforme o prefeito, o enquadramento para os equipamentos sanitários de Fortaleza se encontra desprovido das ‘melhores condições de atendimento’.
“Vou dar um exemplo, nós temos um hospital chamado Nossa Senhora da Conceição, lá no Conjunto Ceará, que eu tive que fechar esse hospital agora, interditar o hospital, pro principal motivo, o hospital estava para cair. O hospital tem uma área de 5.900 m², onde estavam sendo utilizados apenas 1.300 m² para a maternidade, fazendo um número de oito procedimentos, oito partos aproximadamente por dia, o que é muito pouco, utilizando 1.300 m², enquanto que 4.600 estavam interditados. E eu tive que tomar a decisão de interditar por completo todo esse complexo, para que a gente pudesse iniciar uma grande reforma, que nós assim o fizemos, e os poucos pacientes que nós tínhamos a gente redistribuiu na nossa rede. Eu tive que iniciar uma obra, extremamente importante que são 30 leitos de UTI lá do IJF, eu tive que retomar outras obras, que todas as obras estavam paradas, praticamente todas as obras da prefeitura estavam paradas.”
Evandro Leitão, prefeito de Fortaleza
O Evandro Leitão salientou que não se arrepende de ter sancionado e mobilizado, juntamente com a Câmara Municipal de Fortaleza, a taxa do lixo no começo do ano. De acordo com ele, apesar do imposto aportar R$ 170 milhões por ano nos cofres da Prefeitura, era um ônus sem ocorrer uma contraprestação de serviços para a população.
O chefe do executivo municipal enfatizou que tomou medidas para sanar o sistema econômico da administração, como a redução do quadro de colaboradores terceirizados, o qual ele aponta uma composição de 16 mil colaboradores. De acordo com o prefeito, deste total, cerca de 10 a 11 mil funcionários realmente, de fato trabalham, e o restante são cargos de indicação política, que conforme Evandro, não transparecem numa variável meritocrática. O prefeito ressalta que já exonerou três mil, e que numa segunda etapa serão ‘cortados’ do orçamento mais dois mil.
“Fizemos o enxugamento da máquina, além dos colaboradores, os cargos comissionados, gratificações, enfim começamos a cortar a gordura que nós tínhamos interna, dentro da própria máquina. E cortamos 30% dos nossos salários, prefeito, vice-prefeito, e todo o meu secretariado, presidente de empresas públicas, superintendente de autarquia, todos eles foram cortados. Isso para um lado, enxugamos a máquina, por outro lado fomos atrás de nossos parceiros, Governo Federal e Governo Estadual, e também estamos atrás de parceiros comerciais, como fundos de investimentos no exterior.”
Evandro Leitão, prefeito de Fortaleza
O prefeito afirmou que o governo federal e estadual se comprometeram em aplicar verbas para a área da saúde, no âmbito federal, cerca de R$ 200 milhões, e no estadual, R$ 50 milhões. Evandro disse que o dinheiro oriundo do governo do estado ficou dividido para ser entregue em 12 parcelas, sendo que duas parcelas já foram pagas, e o recurso federal está previsto para ser depositado no final deste mês. Segundo o prefeito, após o período da quadra chuvosa, no segundo semestre deste ano, se iniciará um programa de pavimentação asfáltica para tapar os buracos. Na habitação, Evandro mencionou que iniciou a construção de 2.200 moradias, e que nos próximos 90 dias, até o final do próximo ano, a previsão é entregar mais 3.300 casas. Evandro realçou que irá lançar em breve o Fortaleza Sem Fome, no intuito de ofertar refeições à população.
Evandro esclareceu que atualmente tem registrado na capital cearense, aproximadamente um efetivo de 10 mil pessoas em situação de rua. O prefeito disse que no Centro da cidade é o maior foco deste contingente e destacou que haverá uma intervenção no espaço para solucionar a configuração. Trabalho executado recentemente num planejamento intersetorial da prefeitura de Fortaleza no que tange a desocupação dos moradores de rua do viaduto da Via Expressa com a Avenida Dom Luiz. “Estamos fazendo isso em outros espaços na cidade, fizemos na Eduardo Girão, fizemos também ali pertinho do Lagamar, estamos fazendo em outros espaços”, frisou.
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