A França se consolidou, em 2024, como o segundo maior investidor estrangeiro no Brasil, por meio de fusões e aquisições, com operações que vão de infraestrutura a apostas esportivas. Segundo a PwC Brasil, foram 21 negócios fechados por empresas francesas no país no último ano, alta de 50% em relação ao ano anterior.
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A expectativa é de continuidade dessa tendência. Um exemplo recente é a aquisição do instituto Ipec pela Ipsos, avaliada em € 2 bilhões, para ampliar sua atuação em pesquisas eleitorais no Brasil.
O estoque de investimentos franceses no Brasil, via aumento de participação no capital, atingiu US$ 58,8 bilhões em 2023, avanço de 55,7% sobre 2022, segundo o Banco Central. O movimento reforça o interesse francês, especialmente no setor de infraestrutura.
Em setembro, três grupos da França anunciaram investimentos bilionários em uma mesma semana. A CMA CGM comprou a Santos Brasil, com valor estimado em R$ 13,2 bilhões, passando a controlar um dos principais terminais do porto de Santos.
Na mesma semana, a Vinci venceu o leilão da Rota dos Cristais, entre Goiás e Minas Gerais, com compromisso de R$ 6,5 bilhões. A Engie, por sua vez, venceu o leilão da Aneel para construir R$ 3 bilhões em linhas de transmissão.
Geopolítica favorece o Brasil
A Câmara de Comércio França-Brasil avalia que o país voltou ao radar francês por causa da busca de novos destinos de capital em meio a tensões geopolíticas. A instabilidade no Oriente Médio, a guerra na Ucrânia e o cenário político dos EUA influenciam essa reorientação.
O Brasil aparece como alternativa relevante para multinacionais europeias, unindo demanda interna, potencial de crescimento e necessidade de investimentos em infraestrutura.
A presença francesa no Brasil combina expansão estratégica e reposicionamento global. Com capital e experiência em setores críticos, as empresas francesas devem seguir ampliando sua presença no país em 2025.
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