O levantamento da Quantum Finance considerou empresas com liquidez mínima diária na B3 e destacou dividend yields que ultrapassam os 50%. (Foto: Envato Elements)
O ranking das companhias que mais pagaram dividendos no Brasil entre abril de 2024 e março de 2025 revela retornos expressivos. O levantamento da Quantum Finance considerou empresas com liquidez mínima diária na B3 e destacou dividend yields (DY ou, em português, rendimento com dividendos) que ultrapassam os 50%.
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A campeã foi a Syn Prop & Tech (SYNE3), com um retorno de 59,43%. A incorporadora distribuiu R$ 1 bilhão após a venda de um fundo imobiliário, operação que não deve se repetir nos próximos anos. Allied (ALLD3) ficou em segundo lugar, com 34,27%, impulsionada por lucro líquido de R$ 128,9 milhões em 2024.
EMBPAR (EPAR3) ocupou a terceira posição com 23,99%, mesmo em meio à desvalorização das ações após sanções da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Petrobras (PETR4) e a Ânima (ANIM3) completam o top 5 com 21,23% e 20,47%, respectivamente.
No caso da Syn, a distribuição elevada foi consequência direta da venda do fundo XP Malls, gerando um impacto financeiro pontual. A Allied se destacou por manter pagamentos consistentes, com expectativa de repassar R$ 122 milhões em proventos este ano.
Já a EMBPAR pagou R$ 18 milhões, o que representa quase 25% do seu valor de mercado. Apesar da punição da CVM, a empresa distribuiu parte relevante do caixa aos acionistas.
Petrobras e Ânima aparecem como destaques setoriais. A petroleira enfrenta pressão sobre o barril do petróleo e aumento de investimentos, o que pode reduzir os dividendos nos próximos 12 meses. A Ânima voltou a pagar dividendos após cinco anos, impulsionada por recuperação financeira e queda no valor das ações.
Segundo a Suno Research, os proventos elevados foram, em muitos casos, resultado de fatores não recorrentes. Eventos como vendas extraordinárias e desvalorização dos papéis aumentaram artificialmente o indicador de dividend yield.
A análise indica que a sustentabilidade desses retornos depende da geração de caixa e da política de distribuição de cada empresa. Com a elevação do custo da dívida no país, parte dos recursos tende a ser redirecionada ao pagamento de juros, reduzindo os ganhos dos acionistas.
O dividend yield, embora útil para comparar ativos, precisa ser analisado com cautela. Resultados consistentes ao longo do tempo são mais indicativos de boas pagadoras do que eventos isolados.
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