A China orientou suas companhias aéreas a interromper a recepção de jatos da Boeing após os Estados Unidos imporem novas tarifas. (Foto: Divulgação)
A China orientou suas companhias aéreas a interromper a recepção de jatos da Boeing após os Estados Unidos imporem tarifas de 145% sobre produtos chineses. A informação foi divulgada pela Bloomberg, que cita fontes próximas à decisão de Pequim. A medida representa um revés para a fabricante americana, cuja presença no mercado chinês já era menor do que a da rival europeia Airbus.
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As ações da Boeing caíram 3% antes da abertura dos mercados. Além dos jatos, a China também suspendeu a compra de equipamentos e peças aeronáuticas de empresas norte-americanas. Isso deve elevar os custos de manutenção para as companhias aéreas locais que operam aeronaves da Boeing.
O governo chinês estuda formas de mitigar esses impactos, principalmente para empresas que alugam aeronaves da fabricante americana. Entre 2025 e 2027, Air China, China Eastern e China Southern Airlines planejavam receber 45, 53 e 81 jatos da Boeing, respectivamente.
Apesar de não confirmar oficialmente a suspensão das entregas da Boeing, o governo chinês usou tom diplomático ao comentar o caso. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, afirmou não ter conhecimento sobre a decisão, mas elogiou publicamente a cooperação com o Brasil.
Durante coletiva nesta quarta-feira (16), Lin destacou a importância do Brasil no setor de aviação e citou a Embraer como parceira estratégica das companhias aéreas chinesas. Segundo ele, a colaboração com o Brasil ocorre “de acordo com os princípios do mercado”.
A fala sinaliza abertura da China para diversificar fornecedores e fortalecer alianças com países não diretamente envolvidos na disputa comercial com os Estados Unidos.