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UE amplia pressão pela aprovação do acordo com o Mercosul

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O agravamento das tensões comerciais com os Estados Unidos (EUA) levou a União Europeia (UE) a acelerar negociações com novos parceiros, incluindo o Mercosul. A mudança fortaleceu os países que defendem a ratificação do acordo, isolando a França, que segue contrária à proposta.


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A nova política tarifária americana compromete um fluxo comercial de cerca de US$ 1,8 trilhão entre as duas potências. Em resposta, a UE intensificou o diálogo com economias como China e os quatro membros fundadores do Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

A Alemanha, maior economia do bloco, passou a liderar a defesa do acordo. Para Berlim, firmar o pacto com o Mercosul é estratégico diante da instabilidade global e da necessidade de diversificar mercados.

Friedrich Merz, próximo chefe de Governo da Alemanha, afirma que o equilíbrio mundial está mudando. “Nós, europeus, precisamos de novos parceiros comerciais muito rapidamente”, disse no fim de semana.

A França mantém sua oposição ao acordo, sob o argumento de que prejudicaria a agricultura nacional. A ministra da Agricultura, Annie Genevard, afirmou que não aceitará um pacto que comprometa o setor, mesmo com pressão de outros países.

A resistência francesa, no entanto, passou a ser questionada dentro do próprio país. François Villeroy de Galhau, presidente do Banco Central francês alertou que o acordo poderia reduzir impactos tarifários decorrentes das decisões comerciais dos EUA.

Enquanto Espanha e Portugal reforçam o apoio ao texto, a Polônia, país agrícola com presidência rotativa do Conselho da UE, mantém posição alinhada à França e tem evitado impulsionar o tema nas reuniões oficiais.

Acordo Mercosul-UE

O acordo, negociado há mais de 25 anos, já tem um entendimento político entre os blocos desde dezembro de 2024, mas a Comissão Europeia ainda precisa definir como será o processo de aprovação e ratificação.

Há expectativa de que o tema volte à pauta no segundo semestre, com a presidência da Dinamarca. Até lá, deve ser concluída a revisão legal do documento e sua tradução para os idiomas oficiais da UE.

A Áustria, que antes demonstrava oposição, sinalizou uma possível mudança. O ministro da Economia afirmou que “precisamos do acordo agora”, indicando divisão interna no governo austríaco.

A Comissão Europeia informou que pretende apresentar a versão final do texto antes do fim do verão no hemisfério norte, o que pode acelerar a tramitação e aumentar a pressão sobre os países contrários.

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