BRICS reforça defesa do multilateralismo em reunião no Brasil

Por: Redação | Em:
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BRICS, que representa cerca de 39% do PIB global e quase metade da população mundial, busca se consolidar como voz em defesa de regras claras. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O BRICS inicia nesta segunda-feira (28), no Rio de Janeiro, reunião de chanceleres para fortalecer o multilateralismo. O encontro ocorre em meio à guerra comercial impulsionada por Donald Trump, que impôs tarifas de até 145% sobre produtos chineses, afetando diretamente o principal membro do bloco.


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O Brasil ocupa a presidência rotativa do grupo em 2025, que reúne China, Rússia, Índia, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã, Indonésia e Arábia Saudita. A reunião de dois dias é preparatória para a cúpula de líderes prevista para 6 e 7 de julho também no Rio de Janeiro.

A agenda dos ministros do BRICS tem como destaque a reafirmação do sistema multilateral de comércio, em resposta às medidas unilaterais adotadas por diferentes países. O encontro será liderado pelo chanceler Mauro Vieira no Palácio do Itamaraty, a partir das 11h de Brasília.

Economia global em alerta

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento mundial para 2,8% em 2025, citando as tensões comerciais e tarifas elevadas como principais fatores de risco.

O BRICS, que representa cerca de 39% do PIB global e quase metade da população mundial, busca se consolidar como voz em defesa de regras claras no comércio internacional. O bloco deseja evitar confrontos diretos com os Estados Unidos, mas sinaliza compromisso com a ordem global.

Na terça-feira (29), a discussão se ampliará para o papel do Sul Global no fortalecimento do multilateralismo. A expectativa é de uma declaração conjunta sobre os princípios defendidos pelo grupo.

Desdolarização em debate no BRICS

Um dos temas sensíveis, que será debatido pelo BRICS, é a desdolarização das transações comerciais internas, que já foi discutida na cúpula anterior em Kazan. A medida enfrenta resistência, especialmente após ameaças de Trump com novas tarifas de até 100%.

Nesse cenário, o governo Lula busca equilibrar o alinhamento com a China sem provocar tensões com Washington, mantendo as tarifas americanas ao país em um patamar mais baixo, de 10%.

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